terça-feira, 12 de agosto de 2014

Organização e Custo de uma Mineração

Os investimentos em mineração são formados pelo custo de aquisição da jazida, pelo investimento em pesquisa mineral, pelo investimento em desenvolvimento, compra de equipamentos e construções.
O investimento em desenvolvimento e construções são feitos, por exemplo, em três anos a partir do tempo de espera necessário para que os direitos de lavra sejam concedidos. Os investimentos em compra de maquinas, equipamentos e reposição os bens tangíveis são feitos de 5 a 5 anos após o inicio das operações.
  1. Organização de uma empresa
Como toda empresa, a empresa mineradora é um empreendimento humano cuja principal finalidade é a busca de lucratividade, através da produção e comercialização de bens, que nesse caso, é o minério ou alguma substância com valor econômico agregado. Ela está na base da pirâmide produtiva, como uma organização do setor industrial constituída de processos de extração e beneficiamento de minério, mantendo uma relação muito estreita com as áreas de Metalurgia, Química, Construção Civil e Informática. Em linhas gerais são empresas extrativas, lucrativas, privadas, de médio e grande porte, brasileiras e multinacionais.
Pelo porte que podem alcançar - devido principalmente, á produção gerada-, a empresa mineradora necessita de um perfil organizacional muito bem estruturado, visando à eficiência de todas as etapas de seus processos, e assim, garantir um empreendimento planejado que irá gerar lucro. Dessa forma, pode- se inferir que a organização de uma Mineradora está em conjunto com as necessidades que esta precisa e vai de acordo com as fases em que se subdivide.
Figura 1: Fases da Mineração
Ao iniciar um empreendimento mineiro, a pesquisa mineral é o primeiro passo para averiguar a existência de um corpo mineralizado e os estudos de sua viabilidade. A necessidade de um Engenheiro de Minas e Geólogo faz - se essencial nesse momento –principalmente, o geólogo- para a realização de estudos bibliográficos, topográficos, cartográficos, e para dar prosseguimento a prospecção e exploração mineral. Na maioria dos casos, pequenas equipes são formadas para realizar determinado trabalho, sendo compostas basicamente de técnicos e profissionais de baixa qualificação. Assim, têm- se, por exemplo, em uma prospecção geoquímica, um geólogo ou Engenheiro de Minas que passa as instruções para um técnico em Mineração de “onde e o quê” procurar, e este vai coordenar a equipe no campo para orientá-los como procurar e coletar.
Na pesquisa Mineral, os gastos devem ser os mínimos possíveis, uma vez, que nessa etapa não há lucro e ainda não se sabe se o projeto será rentável, ou seja, a Empreendimento Minerário ainda não se formou - salvo, quando a empresa mineradora já existe e está pesquisando outros projetos. Dessa forma quando a avaliação é feita e o recurso é passível de ser explorado, pode- se dizer que o início de uma mineração se dá nesse ponto.
Estudos técnicos, econômicos, sociais e ambientais vão ser realizados desde o início, meio e fim de uma mina, e para isso são necessários profissionais de diversas áreas e formações, e diferentes quantidades, de acordo com a necessidade do momento.
No desenvolvimento mineiro é que se dá a preparação da jazida para a lavra, englobando todos os processos que envolvem a infraestrutura e planejamento da mina. Nessa fase são construídas as instalações administrativas, de planejamento, beneficiamento e escoamento da produção, assim como formação do corpo técnico que vão compor a empresa Mineradora - pelo menos em um primeiro momento.
A partir daí, a lavra começa a ser realizada, e grande número de pessoal, empresas prestadoras de serviço e consultorias são solicitadas para darem suporte á extração do minério, e paralelamente, a usina de beneficiamento está instalada e projetada para receber o material a ser tratado. Essas etapas são onde a Empresa tem os maiores gastos, e por isso, precisa- se de um planejamento eficiente, e consequentemente de uma estrutura organizacional precisa.
Tratado o minério, as operações auxiliares como, pesagem, estocagem, armazenamento e transporte são efetuadas para posterior comercialização, e é preciso que a logística da empresa esteja interligada a sua própria realidade, de forma a atender a demanda do cliente, para que estes possam receber o produto negociado, respeitando todas as solicitações contratuais.
É importante salientar que as fases da mineração não se sobrepõem uma à outra, mas se interagem e se complementam ao longo da vida útil da Mina, dando suporte concomitantemente. Por exemplo, o plano de fechamento da Mina, já deve estar pronto desde o início da implantação da mesma, apenas sujeito a modificações que poderão ocorrer ao longo da exploração. Ou mesmo a Pesquisa Mineral, é realizada durante todo o projeto mineiro para estudo das medidas inferidas, e não somente em um primeiro momento.
Por isso é necessário o intercâmbio constante de todos os departamentos e subáreas da Mineradora para atenderem as constantes solicitações e mudanças de planos da empresa. Em um empreendimento de grande porte, -como a Vale- têm-se diferentes níveis hierárquicos e departamentos compostos por equipes técnicas de diversas áreas para garantir a correta tomada de decisão.
Figura 2: Informações do Organograma
Fonte: MARTINS, Maria Dalva
A empresa Mineradora (ou qualquer outra), em termos gerais, não existe no vazio e seu funcionamento não é autossuficiente. Elas vivem em um contexto marcado por mudanças constantes e por uma variedade de forças que influencia no seu desempenho. Em um cenário extremamente competitivo, visam aperfeiçoar sempre sua eficiência, ou seja, fazer mais com menor quantidade de recursos e gastos, mas garantindo a segurança plena.
O contexto onde as empresas atuam é composto por um ambiente interno e por um ambiente externo que se divide em ambiente imediato (operacional) e macro ambiente (ambiente geral), e é aí que se desenvolve sua organização.
O ambiente interno constitui-se da estrutura empresarial, das tarefas, das pessoas, dos relacionamentos existentes, das tecnologias utilizadas, dos objetivos empresariais, etc.
O ambiente externo imediato ou operacional é representado pelo meio onde à empresa se situa e opera. Desse ambiente fazem parte outras empresas, pessoas e outros elementos que afetam e são afetados, diretamente pela atuação da empresa: o mercado, o cliente, a concorrência, os fornecedores, os sindicatos de empregados e outros.
O Macro ambiente ou ambiente geral constitui- se de organizações e ações sociais e políticas entre outros, que afetam todas as empresas que compartilham interesses comuns com os mesmos clientes, a mesma tecnologia, etc. Sua ação pode ajudar ou prejudicar a empresa. Os principais componentes desse ambiente são: a ecologia, a legislação, economia e a sociedade como um todo.
Essa vinculação da empresa com o ambiente onde atua, especialmente, com o ambiente externo, faz dela, um sistema aberto, em constante intercâmbio com o ambiente onde opera. É nele que ela busca os recursos (entradas, insumos, inputs) necessários ao seu funcionamento e é nesse ambiente que ela coloca o resultado (saídas, produtos, outputs) de suas operações. A distribuição dos recursos empresariais pelo espaço da empresa mineradora provoca o surgimento da estrutura organizacional da empresa. Em linhas gerais têm-se:
Recursos
Empresariais
Áreas de
Especialização
Funções
Empresariais
Administração
Dirigente de
Ponta
Físico ou materiais
Desenvolvimento
(Produção)
Técnicas
Desenvolvimento
Ou Produção
Diretor de Desenvolve-mento (Diretor Industrial)
Financeiros
Finanças
Financeiras
Financeira
Diretor de Finanças
Humanos
De pessoal ou de Recursos Humanos
Humanas
De Pessoal ou de Recursos Humanos
Diretor de Pessoal ou de Recursos Humanos
Mercadológicos
Marketing ou Vendas
Comerciais
De Marketing ou Vendas
Diretor de Marketing ou de Vendas
Administrativos
Presidência ou Diretoria
Administrativas
Administração Geral
Presidente
Quadro 1: Estrutura Organizacional de uma Mineradora
Fonte: MARTINS, Maria Dalva
Grande parte das empresas mineradoras, ainda trabalha com estruturas de natureza piramidal, que concentra o poder no topo da pirâmide.
Figura 2: Organograma da Empresa “X”
Fonte: MARTINS, Maria Dalva
Como estudo de caso, cita-se - se no presente trabalho o exemplo de N4W, do complexo Carajás, de acordo com a Revista Minérios e Minerales, ano de 2009.
Equipe técnica
Nome
Cargo e área de atuação
Antônio Daher Padovezi
Diretor de Departamento de Ferroso Norte
José Rogério de Paula e Silva
Gerente Geral de Operações das Minas de Ferro e Manganês
Raimundo Queiroga
Gerente Geral de Tratamento de Minério de Ferro
Kesley Julianelli
Gerente Geral de Programação, Controle de Produção e garantia de Qualidade.
Gilberto Azevedo
Gerência Geral de Planejamento e Desenvolvimento
João Carlos Henrriques
Coordenação Executiva de Meio Ambiente
Juarez Ferreira
Gerência de Área de Segurança Ocupacional
Número de Funcionários
Lavra
Beneficiamento
Administrativo
Outros
Total
3.267
2.688
701
--------
6.656
  1. Custos
Uma parteessencialdoestudoé aidentificaçãodositens decustose sua relaçãocomas estruturasoperacionaise de gestão.Ositensde custosãoagrupadosemduas categorias: custosfixos, tais comoalocação de recursos,despesas corporativas(44,2% do total)e os custosvariáveis ​​deprocessooudependentes(55,8% do total).
Os custos fixos são modelados como uma função do processo: os seus valores dependem das necessidades da operação e são atribuídos de acordo com a experiência e opinião da Administração. Os custos de entrada ou processo dependente podem ser modelados como uma função do processo. As variáveis ​​de processo que determinam o uso de insumos são conhecidos como fatores causais.
Os insumos relevantes e sua contribuição para o custo total, o óleo diesel principal (20,2%), peças (9,5%), explosivos (7, 1%), pneumáticos (5%) e energia elétrica (1,9%).
Gestão de custos é essencial para a operação, gerando iniciativas em curso para melhorar a eficiência do processo.
O sistema ABC é a utilização de dados contábeis tradicionais e o distribui nas atividades identificadas no processo, permitindo uma visão clara dos fluxos de caixa.
ObjetivosGeral
Desenvolver umsistemade análiseeestimativa decustosatravés da utilização deconceitosdecusteio baseado em atividades, permitindo a análisedos custos deexploraçãohistóricaeestimativa de custos paranovoscenários. Nós usamosos dadosdecontabilidadetradicionale operação da minaBronzesAnglo AmericanChile.
Específicas
  • Construiruma ferramentapara melhorara gestão, paraverquaisas fases doprocessoocorregastos.
  • Relacionar-se comcentrosde custoda estruturaadministrativapara permitira análisede custospor parte dos responsáveis​​.
  • Identificaras relações entrada-processo
  • Identificarfatores causaisde custosesua relação comoprocesso
  • Construirum modeloparaanalisaros custos atuaiseestimativa de custos paraos cenáriosfuturos,baseadosemrelaçõesde entrada-processo.
  • Gerarindicadores de desempenho.
Âmbito
Desenvolver um sistema de análise e estimativa de custos para a Mina Os Bronzes, que é representante das operações da missão, o direito de exibir os custos operacionais atuais e pode-se estimar cenários futuros.
Gestão deCustosConceitosGerais
Gestão de custosé entendidacomoo processo peloqualos gestoresde umaempresagarantir o usoeficaze eficiente dos recursos.
Parauma boa gestãonecessita deuma visão abrangentedos processos deprodução. Isto requer:
  • Compreendercomo os custossãogeradosao longodas atividades do processo.
  • Identificarfatores causaisdecusto(direcionador de custos).
  • Conhecero comportamentodocusto específico deparâmetrosoperacionais
  • Mediros parâmetros eentradas.
  • Dentrodagestão decustosé necessáriodefinirindicadores quemostram oprogresso daoperaçãocom o tempo,você deveusarindicadores querelacionamas entradasem unidadesfísicascomalgunsparâmetrosoperacionais.Osindicadoresnão devemserrelacionados comvariáveis​​externasaofuncionamento, pois trazdistorçõesaotempode interpretaremelhoriade processos.
Paraobterum quadro completodo queaconteceem umprocessodeverá responder asseguintes perguntas:
  • Onde e como é gasto?
  • Como alteraram os custosdevido amudançasno processo?
  • Qual é ofluxode dinheiroatravésda cadeia de produção?
Atividade Baseada em Custos
Édefinido comoumevento, tarefa ou unidadede trabalhoquetenhauma razão específica.
As diferentes categoriassão definidasabaixo:
  • Entrada
  • Recursos
  • Investidura
  • Despesasdas empresas
Outros conceitos importantes no desenvolvimento do trabalho são:
  • Função
  • Itemde custo
  • Classe de custo
As atividades de produçãosão:
  • Furação
  • Explosão
  • Carregamento
  • Transporte
Umavariantefinal égeradapelo transporte domineralparaaçõestemporárias,sempre que existir situação uma justifique o funcionamento.
Você pode vercomoas funçõesde apoiofornecem suporte paraas atividadesde produção, que gerarenda.
Análisede Custo
A análise doscustosdaoperaçãobusca responder àsseguintes perguntas:
  • O que se gasta?
  • Ondeégasto?
  • Quem éresponsável?
Distribuição de despesas
É essencial conhecer de que forma de distribuem os gastos na operação, quais os gastos que geram nas atividades de produção e qual a porcentagem de atividades apoiarão cada uma das atividades de produção.
Você podeverqueossuperintendentesque representamcustos de manutençãosãomais elevados, carregamento etransporte, seguidodePerfuraçãoe DesmonteeServiçosde Mineração. Adistribuição das despesas totaispela Superintendência, as funções ecategorizaçãopode servistoGráfico 3mostraa mesma distribuiçãopor superintendentes.
3.1 Fluxo de caixa
Capital de giro: é o capital que o empreendimento precisa para tocar as operações no seu dia-a-dia ou no ponto de vista contábil a diferença entre o passivo e o ativo circulante.
Receita bruta: é toda entrada de dinheiro em caixa.
Royalties: quantidade de dinheiro paga pelo dono do direito de concessão ao proprietário da terra ou a terceiros sobre a extração de minerais (5%).
Custos operacionais: custos ligados à produção.
Depreciação: custo somente para fins de cálculo de imposto de renda, devido ao uso e desgaste dos bens do ativo (equipamentos, carros, computadores, etc.). São todos os bens tangíveis.
Amortização: parcela deduzida para fins de calculo do imposto de renda devido ao uso de tempo determinado de bens intangíveis. (ex: construção de escritório em terrenos de terceiros).
Exaustão real: é a depreciação da reserva. É originária ou devida à exaustão do bem mineral já que toda reserva mineral, ao ser lavrada, se exaure.
Receita tributável: é a renda sobre a qual será descontado o imposto de renda.
Payback: tempo necessário para que o empreendimento retorne todo o seu investimento.
REFERÊNCIAS
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAeiQkAD/organizacao-custo-mineracao
MARTINS, Maria Dalva: A Empresa Mineradora. Apostila CODASET/ENSINO TÉCNICO –MINERAÇÃO/CEFET/OP. Páginas 1a 4.
Revista Minérios e Minerales :200 maiores Minas brasileiras, ano XXIII, nº 317, agosto 2009. Página 1260e 127.

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